A eterna solteira

Existe no futebol uma eterna solteirona, a culpa. No Apito Dourado, os árbitros foram manipulados, mas ninguem os manipulou, parece que alguns jogos foram combinados, mas ninguem foi beneficiado, parece que houve promoções de árbitros na secretaria, mas ninguem aparece promovido. Como se tudo funcionasse por obra e graça do tal espírito santo de que a minha avó tanto gosta, não há responsáveis para nada. Também nesse campeonato o Benfica é o MAIOR.

Agora, bem discretamente para não incomodar muito os não-responsáveis, há uma acusação de doping que por ser controlada no estrangeiro insiste em não desaparecer. Por cá, a acusação até passou mais ao menos discreta, o castigo do Nuno Assis foi ligeiramente incomodativo mas não muito severo, mas lá fora insistem que atletas dopados devem ser castigados. Não estou muito preocupado com desfecho do caso - acho que o NA em campo é uma nulidade e não acredito em dopados acidentais -, mas há algo que preocupa: o departamento médico do Benfica.

Depois de terem rebentado com a carreira do Mantorras - que no Benfica só jogou meia época em bom estado - e do Sokota, de quase terem feito o mesmo ao Manuel Fernandes, de não conseguirem ver um rasgão de dois centímetros na coxa do Rui Costa e de não conseguirem fazer com que o Micolli jogue mais de 3 jogos seguidos, aparece doping nos jogadores.

Não tenho duvidas que, infelizmente, em todos os clubes profissionais os atletas estão nos limites legais das substâncias proibidas, mas porque raio o "apanhado" tinha de ser do Benfica? A resposta é simples: até na batota são incompetentes.

De quem é a culpa? Provavelmente de ninguem, provavelmente o derivado da Nadrolona, cujo valor legal aparecia duplicado no organismo do Nuno Assis, surgiu por magia e o jogador até vai ser estudado nos Estados Unidos e até pode ser que isso sirva de atenuante.

Mesmo assim gostava que algum jornalista desportivo, obrigatoriamente corajoso, fizesse uma simples pergunta a um dirigente do Benfica: quem dopou o Nuno Assis?