Mais um belo jogo

Para quem me conhece isto não é novidade, mas devo ser um dos poucos portugueses que ficou feliz quando o Scolari tentou agarrar o lugar do Ericksson. Correu mal. Os jornais ingleses não são como os portugueses, deram a notícia, a equipa nacional abanou e ele teve de se colocar fora de jogo para não correr o risco de sair chamuscado. Com um belo golpe de ginástica, safou-se como herói. Malvados dos jornalistas que lhe perturbaram a família.
É artista. Acusado de ter tiques de ditador - logo ele que até já tinha avisado que admirava o Pinochet - levou a selecção até à final do Euro e ao 4º lugar do Mundial da Alemanha. Bom? Eu acho que nem por isso. Títulos: zero? Futebol: muito pouco! Com as sobras da equipa que devia ter sido de ouro, juntou-lhe algumas novidades e lá fomos andado, com muita porrada nos adversários e completamente dependentes dos génios da equipa. Para os que vão começarar a dizer que estou a ser injusto, é só recordar o Mundial: Será que estava o mundo todo enganado?
O problema é que o Figo não é eterno. Está velho e gordo, acabado para a selecção. Mesmo que as pernas já não fossem o que eram, no balneário, quando Figo falava todos os outros ouviam. Em campo já rendia bem menos do que Deco, Ronaldo ou mesmo o Simão, mas tinha uma coisa que nenhum outro tem: Respeito. Ganhou-o em campo, não em contratos publicitários ou em dribles sem destino, ganhou-o com anos nas camadas jovens e com anos e anos sempre com o seu lugar garantido e quase sempre sem birras. Ronaldo é novo, Deco é estrangeiro, Simão é birrento e Costinha é simplesmente um jogador banal. A equipa está sem líder e o Felipinho é incapaz de se orientar.
Ontem, contra uma equipa que em Portugal jogaria na III divisão quem esteve atento conseguiu ver. O meio campo não funciona, a defesa treme com uma facilidade assustadora e no ataque ou é um dos extremos a acelerar ou não acontece nada minimamente interessante. Vamo-nos valendo do Ronaldo, do Simão, do Quaresma e do Deco para ir metendo, a custo, uns golitos. O pior será quando aparecerem verdadeiras equipas de futebol. Cá estarei para o ouvir dizer que a culpa é dos jornalistas e dos opinion makers...
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