
Ontem, por lapso, liguei o telejornal da TVI. Vi o Veiga e senti a tentação de mudar para a RTP Memória. Qualquer coisa é melhor que ouvir o Veiga na TVI, mas resisti. Conhecendo-lhe os tiques de censor sei que nunca iria à televisão se o assunto não fosse grave. Fiquei a ver e recebi uma boa notícia. Um acervo (palavra que todos os jornais desportivos aprenderam hoje, mas que não explicam aos seus leitores) de bens transmitido em directo pela televisão foi suficiente para o levar à demissão. Ofendido com a injúria à sua honra, os danos causados à sua família e para limpar a sua honra pediu a demissão ao LFV (outro que não merece os caracteres que o seu nome exige). O presidente não a aceitou, mas Veiga foi peremptório: "Já não vou a Braga!"
Queixou-se da imprensa desportiva e eu descobri um ponto em que estamos de acordo: é má. Estranhando a coincidência de pensamento, ouvi com mais atenção e suspirei de alívio. Afinal ele acha que é perseguido. Eu acho que ele não é suficientemente exposto. Uff ... Concordar com o Veiga pode causar vários danos na sanidade mental, na integridade e na rede de amigos decentes que se tem.
Foi-se embora. Tenho pena (se voltar atrás na decisão). Vou ter saudades da eloquência, do elevado nível recentemente exibido em casa do seu mestre e da forma sempre limpa de negociar jogadores. Vou ter muitas saudades de ver jogadores sair do clube zangados e ajudados por advogados, de não ler notícias a dizer que o responsável do futebol tem dívidas, que é suspeito disto e daquilo, vou ter saudades dos Karadas, dos Marco Ferreira, dos Kikin, dos Nuno Assis ...
Como Benfiquista, nunca fui sócio. Nunca serei sócio de outro clube, mas também nunca o fui do Benfica. Sempre achei que o dinheiro custa muito a ganhar para andar a alimentar chulos milionários que, só por obra do acaso, vestem ou (supostamente) defendem as cores do MAIOR CLUBE DO MUNDO (título oficializado pelo Guiness), o meu. Agora há menos um.
Ontem sonhei com uma machete do Record: Vieira segue Veiga e convoca eleições (livres). Não se confirmou, mas ainda assim o dia é de festa.
Veiga: Adeus e não telefones!